Canal Espaço do Pregador

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

EXISTENCIALISMO


Sistema Filosófico estabelecido por Soren Kiekegard e Jean Paul Sartre, que acreditam no indivíduo e em sua singularidade como realidade única.
Jean Paul Sartre (1905-1980): Filósofo francês, fundador do existencialismo. Estabelece e desenvolve a teoria da liberdade, onde a única regra é ser livre. Para Sartre, a existência antecede a essência, em nela não há dogmas, mas autenticidade.
Soren Kiekegard (1813-1855): Teólogo e Filósofo dinamarquês, fundador do existencialismo cristão. Para Kiekegard, não existe certeza de nada, conseqüentemente damos um pulo de fé, esperando que dê certo. A absurdidade da vida nos impulsiona a um ato insano de crer naquilo que não acreditamos.
O existencialismo é baseado em dois grandes pilares: Escolha e Percepção
Uma vez que o mundo não faz sentido:
- A angustia é constante no âmago do indivíduo. Ninguém tem certeza de nada. A angustia e ansiedade atual movem a vontade de escolher.
Uma vez que a existência é finita:
- A escolha mais importante para o existencialista é determinar o momento que dará fim a sua existência.
(Morte física/Alienação moral/Intelectual/Relacional)
VERTENTES
1. Percepção e escolha são valores imprescindíveis.
2. A existência precede a essência.
3. O universo não tem significado nem propósito.
4. O homem possui liberdade absoluta nesse universo sem significado e sem propósito.
5. O homem faz se a si mesmo.
6. A finidade é característica mais significativa da condição humana.
7. Os únicos valores aceitáveis são aqueles que você adotou livremente.
8. A base da moralidade é a liberdade.
9. O objeto do homem é a auto realização que se encontra na maior conscientização dos fatos.
10. O homem aumenta a sua conscientização, exerce liberdade e descobre o absoluto do mundo.
11. A angustia é o resultado de sua liberdade e é isso que move sua vontade.
12. A maior escolha que um existencialista pode fazer é definir sua finitude.
Proposta Metafísica: Através de escolhas, o homem é responsável pela sua própria vida. A percepção é essencial para gerar melhores escolhas.
Objetivo Educacional: Aumentar a percepção para propor melhores escolhas.
Papel do Professor: Ele é um aprendiz que se funde no processo de aprendizagem com o aluno. Psicologia e Sociologia são a sua base.
Papel do Aluno: Alguém que quer maximizar a sua percepção para ter escolhas mais abrangentes e livres.
Conteúdo Educacional: Não é baseado na matéria do aluno, mas na atitude do aluno em relação a matéria.
Estética: A referência do belo está em você.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Religiosidade e intolerância


Leiam com atenção o texto abaixo, pois recebi de um amigo em meu email, onde li enviei uma resposta onde está postada no blog do autor (blog da cidadania). 
Segue abaixo do texto minha resposta.
Posted by eduguim on 12/01/12 • Categorized as Crônica

Esperei que passasse a indignação para registrar episódios que corroboraram minha percepção de que a intensidade da religiosidade de um indivíduo pode ser proporcional ao seu grau de intolerância não só ao que contraria dogmas religiosos, mas até aos valores primordiais que tais dogmas impõem, tais como solidariedade, tolerância e compaixão.
A religião deveria tornar o indivíduo melhor, mais humano, mais solidário, mais generoso, mais piedoso, mas, na prática, nem sempre é o que acontece. Quanto maior o nível de religiosidade, maior parece ser a incapacidade de amar ao próximo como a si mesmo.
O que feriu profundamente a mim e à minha família foram novas demonstrações de intolerância de moradores do edifício em que resido, que fica em um bairro no qual, ao menos em tese, as pessoas deveriam ser mais esclarecidas e civilizadas. Esses moradores vêm implicando com a minha filha Victoria, de 13 anos, portadora de severa paralisia cerebral.
Detalhe: são moradores que frequentam intensamente paróquia da igreja católica próxima de minha residência, paróquia na qual exercem atividades voluntárias.
Victoria, por sua condição de saúde, usa serviço de home care. Por conta disso, minha residência parece um hospital. Sete dias por semana, já no alvorecer, começa uma romaria de profissionais de saúde em casa, tais como enfermeira, terapeutas e médicos.
A enfermeira que cuida de minha filha enquanto eu e minha mulher trabalhamos relata broncas que levou de moradores do prédio. Uma dessas broncas se deveu à fisioterapia que a menina faz às nove da manhã e às quatro da tarde, e a outra ao passeio matinal que a enfermeira faz com ela.
Minha filha não anda, por isso tanto a fisioterapeuta da manhã quanto o fisioterapeuta da tarde colocam um equipamento em suas pernas que as mantém retas, pois a tendência causada pela enfermidade neurológica é a de que fiquem sempre dobradas. Com o extensor colocado, os profissionais fazem a menina “andar”.
Por causa da mobília do apartamento, que interfere no percurso da caminhada que minha filha tem que fazer amparada pelos fisioterapeutas, é preciso usar o corredor do andar. Victoria, porém, costuma emitir sons característicos de bebês antes de aprenderem a falar e, como os profissionais “conversam” com ela, a terapia provoca algum barulho na área comum do prédio.
O vizinho do andar do meu apartamento, um juiz aposentado e solitário que perdeu a esposa faz poucos anos, adora esses horários em que a minha filha sai ao corredor. Ele também sai e se delicia com a menina fazendo terapia. Brinca com ela, conversa com os terapeutas.  Diz que Victoria é a sua “alegria”.
Acredite quem quiser, mas a vizinha de outro andar, conhecida no prédio como “beata”, foi ao meu andar, quando a menina saiu ao corredor para fazer terapia, e reclamou do “barulho” que ela, a enfermeira e a fisioterapeuta da manhã faziam não havia mais do que vinte minutos.
Já durante o passeio matinal, a enfermeira tem que driblar a escada do saguão do prédio para ter acesso à rua com a cadeira de rodas. Outro vizinho, também freqüentador assíduo da mesma paróquia que a “beata”, reclamou da demora que a falta de uma rampa gera e que obriga quem está entrando ou saindo do prédio a esperar. Esse vizinho, então, exigiu que a enfermeira saísse com a minha filha pela garagem, o que eu a proibi de fazer novamente.
Essa situação é recorrente. Vira e mexe essas pessoas reclamam do que expus. São pessoas que vivem enfiadas na igreja, exalando cânticos e orações, fazendo profissões de fé, pregando justamente o que lhes falta.
As religiões também são os piores entraves a direitos civis para homossexuais, a direitos da mulher, a métodos contraceptivos, enfim, são verdadeiras usinas de intolerância contra minorias, mas não só. Pessoas exageradamente religiosas frequentemente têm menos paciência, até quando se trata de uma criança que padece tanto quanto a minha filha.
Não, não há, aqui, uma generalização. É claro que ter religião não torna ninguém intolerante com a diferença e insensível com seus semelhantes. O que espanta é que a religiosidade exacerbada, aquela que beira o fanatismo, também leva o indivíduo a ter comportamentos como o que descrevi. Ratos de igreja, salvo exceções, são pessoas mal-humoradas, pouco solidárias e preconceituosas.
Não deveria ser o contrário? Quem se dedica mais a religiões que pregam tolerância, amor ao próximo, piedade e solidariedade não deveria ser alguém que tem mais desses atributos em vez de menos? E se muitos dos que se expõem exageradamente a dogmas religiosos agem assim, as religiões não acabam sendo responsáveis por suas carências espirituais e morais?
Sou de família católica. Estudei em escolas católicas. Casei-me no religioso e batizei meus filhos. Contudo, constatar fatos como esses durante a vida me afastou da igreja. Apesar de ter fé em Deus, ver o que religiões causam à alma me fez rejeitar intermediários com o Criador. Errar sozinho eu sei. Redimir os erros, também.

http://www.blogcidadania.com.br/2012/01/religiosidade-e-intolerancia/



Eduardo, agnóstico e irreligioso, talvez eu tivesse pouco a dizer sobre o assunto, a não ser uma ou outra vociferação contra religiões em geral e tudo mais.
Mas, como sempre faço, encaminhei seu texto, por e-mail, para um grupo de amigos.
Um desses amigos – Márcio Tadeu – me respondeu com uma mensagem que achei bastante interessante; no caso dele, com a visão de um cristão.
Após autorização, colo abaixo a resposta que ele me encaminhou:
“Meus queridos,
Infelizmente o que posso dizer da “religião” é que ela mata a pessoa e as
pessoas ao seu redor.
Jesus Cristo lutava contra tudo isso quando esteve conosco. Os maiores
opositores de Jesus eram os religiosos e doutores da lei de sua época.
A religião nunca conseguirá moldar alguém. Somente as pessoas que buscam ter
um relacionamento verdadeiro com Deus podem dizer que têm uma vida
modificada.
Sou um cristão protestante ou evangélico e infelizmente o que vejo ao meu
redor não é diferente disso. Mas, felizmente em meu caso e no caso de minha
esposa Marilda, podemos dizer que Jesus Cristo – e não a
religião – mudou nosso viver.
Estaremos apresentando essa menina em oração para que Deus possa fazer uma
mudança em sua vida e na vida de seus pais, para que, com tudo que esteja
acontecendo, essas pessoas “religiosas” a sua volta possam ver a luz que
ilumina o dia de cada um através da vida dessa família, pois, como diz o juiz
apresentado, ela realmente é um presente de Deus àquele prédio.
Abraços,
Tadeu”
Abraços para você e família, Edu, e um beijão para a Victoria.